O Paraná apresentou em junho nível de ocupação de 55,4% dos moradores, o terceiro maior do País, atrás apenas de Santa Catarina (56,7%) e do Mato Grosso (55.9%). No Brasil, o nível de ocupação, que representa o percentual de pessoas em idade de trabalhar que estão efetivamente ocupados, está em 49%.
Os dados foram apresentados pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Covid-19), feita pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A PNAD Covid-19 mostra que 461.156 pessoas deixaram de procurar emprego no mês passado no Paraná devido à pandemia (isolamento social). Outros 648 mil moradores do Estado procuraram trabalho, o que mostra que a taxa de desocupação do Estado estava em 11,1%, um pouco acima dos 10% registrados em maio. Além disso, 574 mil estavam afastados do trabalho e 250 mil deixaram de receber remuneração em junho.
Por causa da pandemia, 10,4% dos trabalhadores estavam atuando de forma remota no Estado (no Brasil eram 12,7%) e a taxa de informalidade das pessoas ocupadas estava em 27,3%, número abaixo da média nacional, que era de 34,8%. O Paraná, junto com os outros Estados do Sul, apresenta uma das menores informalidades entre as unidades da federação.
“Temos em mãos um retrato do que está acontecendo no Estado do Paraná. Esses números vão nos ajudar na construção do plano de retomada da economia que está em andamento e que esperamos poder colocar em prática em breve”, disse o secretário estadual do Planejamento e Projetos Estruturantes, Valdemar Bernardo Jorge.
A pesquisa revela que as dez profissões mais afetadas pelo novo coronavírus respondem por 53% dos afastamentos ocorridos em virtude do distanciamento social. A mais afetada em termos absolutos foi a de empregados domésticos – 38 mil pessoas foram afastadas (93,9% da categoria profissional deixou de receber remuneração). No caso de cabeleireiro, manicure e afins, 19 mil pessoas foram afastadas do trabalho e 96,9% deixaram de ser remuneradas. Também foram afetados vendedores, pedreiros, professores de educação física, motoristas de aplicativos, auxiliares de escritório e outros profissionais.
Já o auxílio emergencial que vem sendo pago pelo Governo Federal contribuiu para o aumento da renda domiciliar média per capita em todos os decis, isto é, nos dez segmentos com a mesma quantidade de pessoas, das mais pobres às mais ricas. No Paraná, 35,7% dos domicílios receberam auxílio da União (no Brasil, 43% receberam em junho). Com isso, no primeiro decil, a renda domiciliar per capita sem auxílio emergencial era de R$ 92 e, com o benefício, subiu para R$ 379, com um incremento de R$ 287. No décimo decil, passou de R$ 6.235 para R$ 6.247.
“Estamos certos da nossa missão de oferecer dados que refletem a realidade e que ajudam na tomada de decisões, por isso o Ipardes analisou os números da PNAD Covid-19 do IBGE e apresenta os desdobramentos do que aconteceu no Estado com a pandemia”, afirmou o presidente do Ipardes, Carlos Gomes Pessoa.
A pesquisa foi feita pelo IBGE por telefone, em todo o País. Ela traz a distribuição da estrutura etária da população e mostra o número de pessoas com mais de 60 anos de idade, consideradas como um dos grupos de risco da Covid-19. No Brasil, elas somam 14,3%, porcentagem que sobe para 16,6% no Sul do País. No Paraná, os idosos respondem por 15,4% da população.