Raquel Endres, esposa do ex-jogador de vôlei Gustavo Endres, gerou grande polêmica nesta semana após demonstrar sua indignação pelo fato de ter precisado pagar para levar para casa a tocha que o seu marido carregou durante o revezamento do símbolo olímpico pelas ruas de sua cidade natal, Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, no último domingo.
Para Raquel, que pagou quase 2 mil reais pela lembrança, o seu marido, campeão com a seleção brasileira em Atenas 2004, deveria ganhar um exemplar como os outros condutores. No entanto, ela descobriu que o presente era restrito aos participantes escolhidos pelos patrocinadores.
“Meu marido não ganhou. Eu comprei!”, escreveu Raquel em seu desabafo no Facebook.
“A tocha só é presenteada aos condutores que foram escolhidos pelos patrocinadores Bradesco, Nissan e Coca Cola (posso estar esquecendo alguém). Porém, os condutores nomeados pelas prefeituras não ganham a tocha. Mas podem comprar a mesma se quiserem! Eu comprei a tocha para o meu marido (contra a vontade dele), pois quis que ele tivesse em mãos este símbolo tão importante para atletas em geral e que especialmente como ele por inúmeras vezes vestiu a camiseta do Brasil com tanto orgulho e dedicação, conquistando inclusive alguns títulos internacionais, entre eles medalha de ouro e de prata olímpicas!”, disse ela, apresentando o recibo da compra feita no único cartão aceito pelos organizadores.
Além do ouro em Atenas, Gustavo também conquistou com o Brasil a medalha de prata nos Jogos de Pequim, quatro anos depois, perdendo para os Estados Unidos na final. O atleta anunciou sua aposentadoria no ano passado, depois de mais de vinte anos dedicados ao voleibol, ao longo dos quais conquistou também seis edições de Liga Mundial e dois Pan-Americanos, entre outros títulos.
Procurado pela Sputnik, o ex-jogador disse que ele e sua mulher decidiram não falar sobre o assunto da tocha com a imprensa, para evitar mais polêmicas.
A assessoria de imprensa do departamento dos Jogos do Rio 2016 que administra os assuntos relativos à Tocha Olímpica informou à Sputnik que existem 12 mil Tochas originais, uma para cada condutor em todos os Estados do Brasil e no Distrito Federal.
A assessoria esclarece ainda que o revezamento é da Chama Olímpica, que passa de uma para outra Tocha, e que os exemplares originais estão, sim, disponíveis para a venda, mas apenas os condutores têm o direito de adquiri-las. Cada Tocha custa R$ 1.985,00, e o objetivo de sua comercialização é custear o valor de sua fabricação.