O sonho do ouro do futebol masculino não começou bem. Nesta quinta (4), a seleção apenas empatou por 0 a 0 com a equipe da África do Sul no estádio Mané Garrincha, em Brasília. O resultado traz para o torcedor a sombra da derrota do seleção principal na Copa de 2014, quando foi derrotada por 7 a 1 na semifinal da competição.
No início da partida, a torcida estava animada com a jovem seleção olímpica. Marcelo Pontes, brasiliense, estava com expectativa positiva, apostando em Neymar e Gabriel. Mas ressalta que a torcida seria exigente com o time, após o fiasco de 2014. “A torcida vai cobrar sobretudo porque nunca conseguimos uma medalha de ouro”, disse o torcedor.
Alexis Toloti, de Nova Xavantina, Mato Grosso, veio de carro até a capital federal assistir a seleção. “Estou muito confiante, acho que ela [seleção olímpica] é bem melhor que a principal”. O mineiro Fausto Belini também acreditava que o momento era outro.”Acho que a Copa já acabou, aqui é uma outra história, outro time e também uma outra expectativa”, disse.
Com o início do jogo, a torcida mostrava seu entusiasmo e apoiava o time. Neymar arriscou dois chutes de fora da área, mas foi parado pelo goleiro sul-africano Khune. A superioridade da seleção empolgava a arquibancada, mas o gol insistia em não sair.
No intervalo do primeiro tempo o time gerava desconfiança de parte da torcida. o gaúcho Rodrigo Jornooki, achou o time pouco objetivo, dando espaço para os africanos o que poderia ser perigoso. “A próximas gerações vão levar o peso do 7 a 1, não adianta”, concluí. O também gaúcho Felipe Hoffmaister, “tem uma ferida aberta, mas o ouro vai trazer de volta a esperança da torcida brasileiro”.
Na volta do segundo tempo, a equipe da África do Sul surpreendia os brasileiros, e tomava inciativa do jogo. O atacante Dolly teve um chance clara dentro da área brasileira, mas a bola foi para fora. Mas aos 14 minutos, o jogo mudou com a expulsão do sul-africano Mvala. A partir dai, a seleção retomou o controle do jogo, criou inúmeras oportunidades, mas o gol não saiu.
A torcida manteve a paciência e a expectativa até o final do jogo, quando uma grande vaia tomou o Mané Garrincha. Após a partida, o brasiliense Michel Batista estava frustrado, mas defendeu que a torcida tivesse paciência com o jovem time.”Foi um bom jogo, mas esperávamos um gol com um ataque tão poderoso, mas infelizmente o time não conseguiu evoluir”, avaliou.
Para o também morador do Distrito Federal, Diego Resende, a torcida teve paciência, deu motivação para o time, mas faltou o comprometimento dos jogadores. “Eu como todo brasileiro, acho que ainda dá pra sonhar, vamos torcer para que o ouro aconteça”, afirmou.
Na saída do estádio, os brasileiros mostravam otimismo com a recuperação da seleção nas próximas partidas. Para Neymar, do Barcelona, o jogo de estreia é sempre o mais difícil, mas que a equipe precisa se reorganizar para vencer. “O torcedor não é paciente, quer ver gol, quer ver show, mas não é todo dia que isso vai acontecer”, lamenta.
Thiago Maia, volante do Santos, confia que essa geração vai mudar a sombra da Copa de 2014. “Vamos trazer de volta aquele brilho que o Brasil perdeu, aquele respeito”, disse.
Douglas Santos, lateral do Atlético Mineiro, acredita que a história será diferente: “É uma nova história,um novo tempo, isso que temos que mostrar para torcida”.
O goleiro Weverton, do Atlético Paranense, mais experiente da equipe, garante que a equipe está unida e focada no ouro olímpico. “Vamos fazer o que for preciso para que isso aconteça, mas não podemos tomar essa pressão que somos salvador da pátria. A gente tem condições e estamos preparando pra isso [o ouro]”, afirmou.
Para Gabriel, atacante do Santos, a torcida pode esperar “muita vontade, muita alegra, e determinação, e esperamos sair o proximos jogos com três pontos”. O Brasil volta ao campo neste domingo (7), às 22h, contra o Iraque, em Brasília.