Olhares atentos e curiosos para cada caixa com colmeias de abelhas nativas e o interesse em aprender sobre as várias espécies. Agricultores urbanos aprenderam um pouco mais sobre a importância das abelhas nativas sem ferrão para a natureza e o trabalho delas na polinização, nesta quarta-feira (25/8). O encontro foi no Museu de História Natural, no Capão da Imbuia, e reuniu 20 produtores urbanos que irão receber, a partir desta capacitação, colmeias do programa Jardins de Mel em suas hortas.
O bombeiro aposentado Laércio Luiz Fermino, 61 anos, é um dos agricultores que estava entusiasmado com o curso. Ele participa da horta do Cajuru e afirma que vai repassar o conhecimento para todos na comunidade.
“Estou achando tudo muito interessante. A gente não tinha noção de como criar as abelhas, ficava com medo. Agora sabemos da importância delas na polinização e o quanto vão nos ajudar na horta”, diz Laércio.
Já a professora Joana Maria Gonçalves, 59 anos, contou que desde o ano passado o CMEI Nelson Buffara, onde leciona, tem a ajuda dos técnicos da agricultura urbana para o cultivo de hortaliças como alface, couve, rúcula, beterraba na horta escolar.
“A nossa horta faz diferença lá na comunidade. Muitos participam e se beneficiam dela e agora vamos levar o que aprendemos sobre as abelhas para as crianças e os pais”, comemora a professorsa Joana.
Segundo o diretor do Departamento de Estratégias de Segurança Alimentar e Nutricional da SMSAN, Felipe Thiago de Jesus, o curso serve para que muitos percam o medo de abelhas e também se conscientizem sobre o cuidado para que elas possam fazer seu trabalho na natureza. “Por meio desse curso eles estão aprendendo as técnicas de manejo, criação e como esses agentes polinizadores irão ajudá-los no cultivo das hortas”, salienta Jesus.
O curso é uma iniciativa conjunta de vários órgãos do município como a Secretaria de Segurança Alimentar e Nutricional (SMSAN), Secretaria do Meio Ambiente, Secretaria de Educação e a Fundação de Ação Social (FAS).
Jardins de Mel
O programa Jardins de Mel tem como objetivo aumentar a população de abelhas nativas, responsáveis pela polinização de 90% das plantas brasileiras. As cinco espécies utilizadas nos Jardins de Mel são guaraipo, manduri, mandaçaia, jataí e mirim. As abelhas ficam em caixas racionais de criação, colocadas dentro de um revestimento, visando uma maior proteção e bem-estar dos insetos.
Alimentam-se de néctar e pólen que trazem das flores, ao mesmo tempo em que fazem o importante trabalho de polinização das plantas. São responsáveis pela existência da maioria de nossas espécies vegetais, incluindo as que geram nossos alimentos.