Pela oitava vez consecutiva, o Banco Central decidiu cortar os juros básicos da economia (Selic). Nesta quarta-feira (06), a autoridade monetária manteve a trajetória de cortes e reduziu a taxa de 9,25% ao ano para 8,25% ao ano, o menor nível para a Selic desde maio de 2013.
Diante da melhoria da economia brasileira e da queda da inflação, a diretoria do Banco Central, em decisão unânime, optou por manter o ritmo de cortes, de 1 ponto percentual por reunião. “O conjunto dos indicadores de atividade econômica divulgados desde a última reunião do Copom mostra sinais compatíveis com a recuperação gradual da economia brasileira”, diz o comunicado após a reunião.
O Copom é a sigla para Comitê de Política Monetária, grupo que reúne os diretores do Banco Central oito vezes por ano para decidir qual será a taxa básica de juros, a Selic. Este ano, haverá ainda mais duras reuniões do tipo, uma em outubro e outra em dezembro.
Em comunicado divulgado após a decisão, a diretoria BC afirmou que o comportamento da inflação permanece bastante favorável. A instituição avaliou ainda, neste documento, que o cenário econômico pede uma política monetária “estimulativa”, com taxas de juros mais baixas.
O BC ainda ponderou que as reformas são essenciais para a redução da taxa. “O Comitê enfatiza que o processo de reformas, como as recentes aprovações de medidas na área creditícia, e de ajustes necessários na economia brasileira contribui para a queda da sua taxa de juros estrutural”, afirmou a instituição no comunicado.
Importância da Selic
A definição da taxa Selic é importante para a economia por ser uma referência para investimentos. Os juros são considerados a menor taxa de retorno para o custo do dinheiro. Ou seja, quando um empresário decide tirar um projeto do papel, ele avalia se o lucro do projeto é maior ou menor que essa taxa básica.
Se a Selic for menor do que a taxa esperada de lucro do investimento, o mais provável é que esse empresário mantenha esses recursos investidos em alguma aplicação financeira, com risco menor.
Empréstimos e financiamentos
A taxa básica de juros também tem influência direta sobre o quanto um consumidor paga por empréstimos e financiamentos. Quando o BC altera o valor desta, também muda o custo dos bancos para captar recursos, dinheiro que será emprestado posteriormente aos clientes.
Se o custo do banco sobe, o empréstimo para o consumidor também pode subir. Se a taxa baixa, esse custo pode baixar. Os juros básicos ainda têm uma importância grande, porque ajudam a controlar a inflação.
O que é meta de inflação
No Brasil, para os preços não saírem de controle, foi criado um sistema de metas de inflação. Ele funciona assim: o Conselho Monetário Nacional (CMN), órgão formado por ministros de Estado, define um objetivo a ser perseguido pelo Banco Central. Em 2017, a meta é uma inflação em 4,5%.
Essa meta, no entanto, permite uma margem para abrigar possíveis crises e choques de preço. Ou seja, em situações excepcionais, o IPCA pode chegar a, no máximo, 6% e a, no mínimo, 3%.