A Região Metropolitana de Curitiba (RMC) fechou 2016 com a menor inflação do País, divulgou nesta terça-feira (11) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerrou o ano em 4,43%. O índice ficou bem abaixo da média nacional, de 6,29% no período.
A inflação na região de Curitiba foi a a menor desde o início da nova série histórica do instituto, iniciada em 2012. As regiões metropolitanas de Vitória (5,11%) e São Paulo (6,13%) registraram a segunda e a terceira inflação mais baixas do Brasil no ano passado.
O resultado da inflação surpreendeu os economistas, que esperavam que 2016 fechasse com uma inflação maior. Foi a primeira vez que a inflação fica abaixo do teto da meta estabelecida pelo Banco Central (6,5%) nos últimos dois anos. Em Curitiba e região, o índice havia ficado em 12,58% em 2015 e em 6,66% em 2014.
Em dezembro, o IPCA na RMC foi de 0,14%, menos da metade da registrada pelo Brasil (0,30%). “O que chama atenção é que a queda da inflação na RMC foi bem mais expressiva do que a média nacional. Na verdade a inflação de Curitiba, em 2016, ficou ligeiramente abaixo do centro da meta, de 4,5%. Foi uma notícia positiva tanto para o Brasil quanto para o Estado porque abre espaço para a redução mais forte da taxa de juros e uma retomada mais veloz do crescimento econômico”, diz o economista Julio Suzuki Júnior, diretor-presidente do Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social).
ENERGIA MAIS BARATA – O resultado positivo na região de Curitiba em 2016 foi influenciado pela redução do preço da energia residencial, que tem peso relevante na composição do IPCA. O preço da energia caiu 21,53% em 2016. Em 2015, o preço da energia residencial havia subido 69,22% e tinha gerado impacto significativo na inflação no ano. “O mesmo fator que influenciou a alta de 2015 gerou a queda em 2016” explica Suzuki Júnior.
Além da energia outros destaques foram a queda de 6,89% no preço dos automóveis usados; da batata-inglesa (-34,76%), do móvel para sala (-12,7%), do tomate (-29,17%), de serviços de hospitalização e cirurgia (-5,07%), de cebola (-46,68%), de móvel para quarto (-6,94%0, sapato masculino (-10,3%) e alface (-26,77%).
Dos nove grupos pesquisados no IPCA, dois tiveram deflação em 2016: habitação (-2,03%) e artigos de residência (-0,18%). Seis registraram inflação menor do que no ano anterior: alimentação e bebidas ( de 13,87%, em 2015, para 7,56% em 2016), vestuário (de 7,95% para 3,42%), transporte (de 10,23% para 3,79%), saúde e cuidados pessoais ( de 10,09% para 8,43%), e despesas pessoais (de 9,99% para 7,08%) e comunicação (de 2,91% para 1,17%). Apenas o grupo educação teve variação maior em 2016 (10,16%) contra 9,89% em 2015.
Em todo o Brasil, a inflação começou a perder força em 2016 influenciada pela baixa atividade econômica, que derrubou o consumo. O resultado deve permitir um corte maior na taxa básica de juros.