As melhores condições econômicas, com redução dos juros, da inflação e a recuperação do mercado de trabalho vêm impulsionando o consumo das famílias. Na sequência do avanço de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB), que foi impactado por uma alta no consumo dos brasileiros, a expectativa é de que o comércio continue sua trajetória positiva com as festividades de fim de ano.
Nesta quarta-feira (11), o comércio varejista registrou uma alta de 3,6% em agosto, no quinto mês consecutivo de crescimento e no melhor resultado para o mês em quatro anos. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e apontam para uma consolidação das expectativas de consumo às vésperas do Dia das Crianças.
Dados da Fundação Getulio Vargas (FGV) apontam que o brasileiro está mais disposto a gastar no dia comemorativo, influenciados pela melhora no ambiente econômico. “As condições mais favoráveis do ambiente macroeconômico, com queda dos juros, menor inflação e ligeira redução do nível de endividamento das famílias, possibilitam uma recuperação no ímpeto do consumidor”, diz o levantamento.
Em média, cada pessoa deve gastar R$ 82,50 neste ano, mais que os R$ 78,60 apurados no ano passado, quando a economia ainda caminhava para um campo mais positivo. De acordo com o levantamento, o desejo de gastar no Dia das Crianças subiu 5 pontos, sendo que a economia deve se beneficiar com a entrada de R$ 7,4 bilhões em circulação, segundo dados da Confederação Nacional do do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
A mesma entidade aposta que essa será a primeira alta das vendas na data comemorativa depois de dois anos de queda, diante de uma melhora de uma série de indicadores importantes para o consumo.
Impulso nas contratações
Em um contexto de melhora nas perspectivas de emprego, com queda na taxa de desemprego e a criação de 163,4 mil vagas formais neste ano, a perspectiva é de que as contratações temporárias em função dos feriados de fim de ano, em especial do Natal, sigam em alta.
De acordo com a CNC, a volta do consumo e o crescimento da economia devem gerar a contratação de 73,1 mil empregos temporários no setor de comércio. Caso isso se confirme, será a primeira vez depois de dois anos que o comércio registra aumento no número de empregados nesse período do ano.
Até dezembro, conforme aponta a entidade, a expectativa é de que as vendas no período movimentem R$ 34,3 bilhões na economia, com o crescimento de 10% no setor comercial.
Medidas de efeito
Neste ano, o setor de serviços – que engloba a área de comércio – foi extremamente beneficiado pela retomada da economia e por estímulos ao consumo.
Além de condições econômicas mais positivas que nos últimos anos, o consumo das famílias recebeu um incentivo diante do saque das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que injetou mais de R$ 40 bilhões na economia brasileira.