As eleições para o Congresso em 2018 ficaram marcadas pelo alto índice de renovação. Câmara e Senado tiveram políticos eleitos pela primeira vez. Entre os deputados federais, 47% são novos. No Senado, o número foi bem maior: 87% das vagas que estavam em disputa serão ocupadas por estreantes. Mesmo com o alto índice de caras novas, diversos caciques da política nacional foram reeleitos e ocuparão cadeiras em Brasília.
A Câmara dos Deputados teve a maior renovação desde 1986, quando ocorreram eleições gerais para a escolha dos parlamentares que integrariam a Assembleia Constituinte. Mesmo assim, o número de parlamentares reeleitos ainda superou o de novatos. 243 deputados irão ocupar a vaga pela primeira vez, enquanto 251 foram eleitos para mais um mandato. Entre eles, 11 eleitos em outubro do ano passado já ocupam uma cadeira na Câmara dos Deputados há mais de duas décadas.
O deputado Hildo Rocha, do MDB do Maranhão, foi empossado nesta sexta-feira (1º) para o seu segundo mandato na Câmara. Segundo o parlamentar, haverá uma “mudança completa e uma renovação enorme” na Casa.
“Nós sabemos que grande parte dos deputados, a maioria que tentou a reeleição, não conseguiu. Então há uma mudança completa aqui na Câmara, uma renovação enorme. Um quinto dos deputados novos nunca disputaram nenhuma eleição. Nós temos uma Câmara nova, uma Câmara que certamente saberá usar das suas atribuições e manter a nossa democracia”.
No Senado, apenas um pequeno grupo de oito senadores foi poupado nas urnas do amplo processo de renovação que marcou a eleição para a Casa.
Nomes como de Renan Calheiros, do MDB de Alagoas, Randolfe Rodrigues, da Rede do Amapá, Humberto Costa, do PT de Pernambuco, Sérgio Petecão, do PSD do Acre, Eduardo Braga, do MDB do Amazonas, Jader Barbalho, do MDB do Pará, Ciro Nogueira, do PP do Piauí, e Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, têm mandato pelos próximos oito anos.
Renan Calheiros inicia seu quarto mandato no Senado. Ele foi eleito pela primeira vez em 1995 e seguirá na Casa, ao menos, até o fim de 2026. Paulo Paim e Jader Barbalho tomaram posse pela terceira vez neste ano.
Além do pequeno índice de reeleições, outro fator chamou a atenção no pleito de outubro de 2018. Diversos nomes conhecidos não conseguiram se reeleger para o Senado. Políticos tradicionais, que integravam a alta cúpula da Casa, ficaram sem mandato. Entre eles, o até então presidente do Senado Eunício Oliveira, que não conseguiu se reeleger pelo Ceará, e Romero Jucá, que perdeu a vaga por Roraima para Mecias de Jesus.
Em seu último discurso como presidente do Senado, Eunício desejou sorte aos novos senadores e, apesar de ter abandonado a vida política, se colocou à disposição dos novos parlamentares.
“O passado ilumina o futuro. O presente está em nossas mãos. É a partir deles que construiremos um Brasil mais justo e um Brasil igualitário. Façamos o que é necessário e que continuemos sempre fazendo o melhor possível pela construção de uma nação mais justa, na participação de riquezas e na distribuição de responsabilidades. Desejo (sorte) a todos, aos que vêm, aos que chegam, aos que assumem os seus cargos em 2019. E me coloco à disposição de todos para colaborar como puder para o progresso do nosso querido Brasil”.
Outros nomes de peso também ficaram sem mandato. Caso do ex-presidente do MDB Valdir Raupp, dos vice-presidentes da Casa, Cássio Cunha Lima e Jorge Viana, do líder do PT Lindbergh Farias, do ex-governador do Paraná Roberto Requião, e do ex-governador do Distrito Federal Cristovam Buarque.