A Polícia Federal de Curitiba acaba de lançar a 31a fase da operação Lava Jato. Ela é batizada de “Abismo” e decorre nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e no Distrito Federal.
De acordo com o comunicado oficial da PF, estão sendo cumpridos um mandado de prisão preventiva, quatro de prisões temporárias, sete de condução coercitiva e 23 de busca e apreensão.
Segundo a Folha de São Paulo, o alvo principal é o ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT), Paulo Ferreira, detido em 24 de junho. Ele enfrenta prisão preventiva.
Está sendo investigado um crime de fraude em licitação, pagamento de valores indevidos a servidores da Petrobras e repasse de recursos a um partido político em virtude do sucesso obtido — por exemplo, no projeto de reforma do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes) na zona norte do Rio.
Criado há 40 anos, o Cenpes — Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Petrobrás — foi recentemente ampliado e modernizado para atender às demandas de exploração do pré-sal. A reforma do local já havia aparecido em delações premiadas anteriores como fonte de desvios de recursos públicos para partidos.
A operação é feita em parceria com a Receita Federal, que mobilizou 20 de seus servidores para auxiliarem o trabalho dos 110 policiais que atuam nesta manhã no cumprimento de 35 ordens judiciais.
Outros objetos de investigação são crimes de corrupção e de lavagem de dinheiro. A PF carateriza o resultado destas práticas de “sistemático prejuízo financeiro imposto à Petrobras”.
O nome “Abismo” é referência a uma tecnologia de extração de petróleo usada pela Petrobras. Mas também, comenta a PF no seu comunicado, é uma “demonstração de que esquemas como esses identificados levaram a empresa a um abismo de corrupção e malversação do dinheiro público”.