Uma quadrilha suspeita de roubo de carga foi desmantelada nesta sexta-feira (3) na Operação Squamata, deflagrada pelo Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) da Polícia Civil do Paraná. Sete pessoas foram presas, entre elas um policial civil que teria envolvimento com a organização criminosa. Eles são acusados de pelo menos cinco roubos de carga.
Dos dez suspeitos investigados, sete foram presos, dois já estavam detidos e um está foragido. Com a quadrilha, os policiais apreenderam um helicóptero e carros de luxo usados pelos criminosos.
Entre os veículos apreendidos estão dois Audi, um Porsche, um Renegade, uma Lamborghini modelo Gallardo (que está batida), uma Amarok, uma Ford Ranger, um Ford Focus, um Volkswagen modelo Gol, e um jet-ski.
Também foram encontrados R$ 3 mil em dinheiro, armas, celulares, computadores, documentos e um equipamento capaz de cortar sinal de celular e de GPS. Os bens apreendidos na operação são avaliados em mais de R$ 3 milhões – a aeronave tem o valor estimado em R$ 1 milhão.
Além dos detidos, três pessoas foram conduzidas coercitivamente – quando são obrigadas a prestar depoimento na delegacia – e outras duas não foram encontradas. Os policiais cumpriram ainda 13 mandados de busca e apreensão.
A operação policial, que contou com mais de 50 homens, aconteceu em Curitiba, na Região Metropolitana e em Morretes, no Litoral do Estado.
PRESOS – Entre as pessoas presas está Jucelino Ribeiro de Souza, conhecido como Toco, apontado como o líder da quadrilha. O patrimônio dele estaria avaliado em R$ 6 milhões. Toco foi preso às 6h desta sexta-feira, em casa, em um condomínio de luxo em Quatro Barras, Região Metropolitana de Curitiba. Ele havia sido preso em 2013 por envolvimento no roubo de carga de polipropileno na cidade de Araquari, em Santa Catarina.
Toco já tem passagem pela polícia por roubo, roubo de carga, receptação e desmanche de caminhões. O líder e os demais presos vão responder pelos crimes de roubos de cargas, receptação, adulteração de sinais identificadores de veículos, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro.
A quadrilha agia, principalmente, em São José dos Pinhais nas BRs 116, 277 e 376 – rodovias federais por onde trafegam caminhões e cargas entre o Norte e o Sul do País e também ao Interior do Paraná. Além disso, os investigados atuavam em postos de combustíveis que servem de parada de descanso para os motoristas dos caminhões.
A investigação levou quase seis meses e começou depois do roubo de uma carreta com carga de pneus, ocorrido na noite do dia 17 de janeiro deste ano, em São José dos Pinhais. A quadrilha tentou transportar esta mercadoria para Paranaguá, mas foi abordada pelos policiais. A polícia então descobriu que a carroceria na qual era levava a carga de pneus foi colocada em outro caminhão que, segundo a investigação, pertence a um familiar do policial civil – preso durante a operação.
A prisão das sete pessoas é temporária, de cinco dias, podendo ser revertida em preventiva. Eles ficarão detidos na sede do Cope à disposição da Justiça.
Já o policial civil, que foi preso por policiais da Corregedoria da Polícia Civil, ficará na Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos. Será aberto um procedimento administrativo contra o agente público que pode resultar até na expulsão dele da Polícia Civil. Além disso, a Corregedoria vai abrir um inquérito para apurar o envolvimento do policial civil com a organização criminosa.