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sábado, 23 novembro 2024

Quatro novos vereadores são empossados na Câmara de Curitiba

Angelo Vanhoni (PT), Bruno Pessuti (Pode), Giorgia Prates (PT) e Rodrigo Reis (União) foram empossados vereadores, nesta segunda-feira (1º), durante a retomada das sessões plenárias da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) em 2023. Eles entregaram o diploma expedido pela Justiça Eleitoral e a declaração de bens, fizeram o juramento solene e assinaram os termos de posse em cerimônia pública, com transmissão ao vivo pelo YouTube da CMC.

Eles foram recepcionados pela nova Mesa Diretora da CMC, agora presidida pelo vereador Marcelo Fachinello (PSC), que deu as boas-vindas aos novos parlamentares. A posse foi acompanhada pelo prefeito em exercício, Eduardo Pimentel, por diversos secretários municipais, pelas deputadas estaduais Ana Júlia (PT) e Márcia Huçulak (PSD), além de personalidades da política paranaense, como Orlando Pessuti, Jorge Samek e Julieta Reis.

Os quatro suplentes foram convocados após Carol Dartora (PT), eleita deputada federal, Denian Couto (Pode), Flávia Francischini (União) e Renato Freitas (PT), eleitos deputados estaduais, renunciarem às cadeiras na CMC para serem empossados, nesta quarta, nos novos mandatos. Ana Júlia seria a primeira suplente do PT, mas foi eleita deputada estadual, optando por assumir a vaga na Assembleia Legislativa do Paraná. A CMC não via uma renovação tão grande no meio de uma legislatura desde 2006.

Justiça social
A tônica dos discursos de posse de Angelo Vanhoni e de Giorgia Prates – que usará também o nome Mandata Preta na sua identificação – foi a de buscar mais justiça social em Curitiba. Os dois nomes do Partido dos Trabalhadores terão consigo na bancada a vereadora Professora Josete, que permanece no cargo. Vanhoni fez um discurso historicizando a busca por melhores condições de vida desde os primórdios da humanidade, para dizer que em Curitiba também há desigualdade e discriminação contras as quais se deve lutar.

“Eu já fui vereador, já estive neste lugar, há 30 anos, mas hoje é especial para mim, pois eu volto em um momento algo inusitado, já que o Brasil passa por uma crise civilizatória sem precedentes. Sei que no caminho do bolsonarismo não haverá solidariedade, não haverá amor. Eu volto à CMC, nesse movimento novo da democracia, após a eleição de Lula, como segundo suplente do PT, pois o Paraná escolheu Ana Júlia, Renato Freitas e Carol Dartora para representarem o estado na Assembleia e na Câmara dos Deputados. Substituí-los é uma satisfação e uma grande alegria”, disse Vanhoni.

Vanhoni já foi vereador em duas legislaturas, entre 1989 e 1994. Renunciou, em 1995, para assumir como deputado estadual, mandato que exerceu por duas vezes. Também foi deputado federal, entre 2007 e 2014. Já a fotojornalista Giorgia Prates chega à CMC para o primeiro mandato, sendo a segunda mulher negra a ser eleita para o Legislativo. Ela anunciou que a Mandata Preta terá um gabinete formado totalmente por mulheres, com gestão horizontal, e destacou seu trabalho com pautas sociais e as origens humildes de sua família.

“Por todos que eu vi lutando, escolhi entrar neste espaço de poder para lutar por dias melhores. Eu sei que a representatividade fará com que outras pessoas periféricas se interessem pela política e estaremos de portas abertas para todos coletivos, grupos e pessoas”, disse. Giorgia Prates disse à imprensa que as bandeiras da Mandata Preta serão a defesa dos direitos humanos nos espaços de vulnerabilidade, “como a questão da negritude, das mulheres, da população LGBTQIA+, porque eu sou a primeira mulher preta lésbica da [história da] Câmara de Curitiba”.

Mudanças climáticas
Primeiro suplente do Podemos, Bruno Pessuti retorna à Câmara na cadeira antes ocupada por Denian Couto. Engenheiro mecânico e professor universitário, ele foi vereador por duas legislaturas, de 2013 a 2016 e de 2017 a 2020. Também atuou como chefe de gabinete de Eduardo Pimentel na Prefeitura de Curitiba. Acompanhado pela família na cerimônia de posse, ele destacou a experiência no Executivo e se colocou à disposição para continuar o trabalho de “construirmos o futuro da cidade”. Pessuti anunciou que trabalhará no tripé “mobilidade, sustentabilidade e resiliência para superar dificuldades”.

“Passados dez anos do meu primeiro dia aqui na CMC, continuo preocupado com os temas locais, que interessam a toda a cidade de Curitiba, pois é preciso alcançar um custo de vida mais baixo e proporcionar mais qualidade à existência das pessoas, encontrando caminhos e soluções que gerem resultados”, afirmou. “Quem está de volta é um Bruno Pessuti mais maduro, com 38 anos e os filhos já crescendo, além da experiência no Executivo por dois anos, que me permite discutir a cidade e defender o legado da gestão de Rafael Greca e Eduardo Pimentel”, concluiu.

“Curitiba é conservadora”
Falando da sua experiência como coordenador de campanha do ex-presidente Bolsonaro e dos 243 mil votos que fez na campanha para o Senado em 2018, Rodrigo Reis utilizou parte de seu discurso de posse para fazer o contraponto ao dito pelos dois vereadores petistas empossados hoje. “Curitiba é uma cidade conservadora que deu 65% dos votos para Jair Bolsonaro. Vamos continuar com esse trabalho”, afirmou o novo parlamentar da CMC, que se manifestou contra “a Justiça interferir no Executivo ou no Legislativo”.

Advogado e economista, Rodrigo Reis assume no lugar da deputada estadual eleita Flávia Francischini, na substituição das vagas do PSL, que depois da fusão com o DEM passou a se chamar União Brasil. Ele é filho da ex-vereadora Julieta Reis, a quem agradeceu ao se apresentar aos demais parlamentares. “Vamos fazer um trabalho duro. Tenho posições claras, não fico em cima do muro. O melhor político defende suas posições de forma incisiva”, antecipou, colocando como pauta a criação de empregos e a representação, na CMC, dos ambulantes, das feiras, dos artesãos, dos grupos de terceira idade e dos motoristas de aplicativo.

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EDIÇÃO IMPRESSA Nº 126 | NOVEMBRO/2024

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