Recebi um convite de casamento! Então serei testemunha de que alguém se comprometerá com uma outra pessoa dizendo que daquele instante em diante somente a morte os separará! Não é isso? É. Deveria. É coisa de Deus, e Ele quer tudo perfeito! É palavra dada, e muitos ouvirão e, com certeza, torcerão, rezarão, orarão para que tudo dê certo, não é verdade? Ninguém vai a um casamento torcendo para que tudo saia errado (pelo menos não deveria…) os convidados, os familiares, o oficiante do enlace matrimonial, os noivos… todos querem que nada venha apagar esse processo que se origina no Criador, em Gênesis 1:27,28, “Deus os criou e os abençoou, mandando-lhes que se multiplicassem e povoassem a terra”. Mas parece que a morte está sempre a rodear o casal, não é mesmo?
Alguns casamentos já nascem mortos, pois nascem no engano. Casamento é para os dois serem uma só carne (Mateus 19:6), porém tem quem se case para “ser feliz”, para realizar os seus desejos, esquece-se de que há um outro ser no “contrato”, que também quer ser feliz, necessita de amor, de carinho, de perdão, de segurança; esquece-se de que não é mais só, mas “uma só carne”. Daí decorre a morte prematura, afundada em frustração. Outros casamentos vão morrendo em pequenas doses, são comprimidos, ou colheradas de veneno destilado nas ironias, nos sarcasmos, nas indiferenças; nas traições, na violência, no desprezo, nas comparações. De ambos os lados ou não, isso machuca, magoa, desgasta o casamento que definha, exaure, seca o vigor inicial, pois não há mais a paciência, o amor… Outros casamentos há mantidos pelo “aturar”, “engolir”, “tolerar”. Morto até que a morte o liberte! Quão bom seria se todos ouvissem a voz de Deus “Portanto, eu torno a dizer; um homem deve amar sua esposa como parte de si próprio; e a esposa deve cuidar de respeitar profundamente o marido” (Efésios 5:33).
Somente a morte deveria separar os casais em seus casamentos, porque é nisso que está pautado o juramento nupcial, a palavra dada perante todos à nubente, ao nubente. De tudo o que foi falado, somente para a morte não há solução terrena, para os outros entraves, obstáculos, dilemas há o diálogo, há o amor, há o perdão, há a empatia. Os noivos aceitam-se mutuamente de maneira voluntária, fazem uma escolha, ambos carregados de planos, de sonhos, de expectativas. Ao se casar, basta se estar carregado de amor pelo outro, basta querer fazer o outro feliz, basta viver todos os dias como se fosse a própria festa de casamento! Instituição falida? Não creio. Se assim fosse, por que, passados tantos milênios, ainda querer se casar? A resposta é bíblica, porque é plano do Senhor Deus, “Depois disse o Senhor Deus: “Não é bom que o homem fique sozinho. Vou fazer uma companheira para ele, uma auxiliadora à altura dele” (Gênesis 2:18). Que os casais não façam o trabalho da morte, amém?