A edição de outubro do Paiol Digital, na noite desta terça-feira (25/10) fechou o ciclo de encontros de 2022 com convidados que apresentaram os cases de suas empresas e o que estão projetando para 2023.
O público acompanhou apresentações de experiências diversas, como a economia criativa do homem-banda Davi Henn; do fundador da uShark, Geraldo Marques, e sua startup que usa o crowdfunding em criptomoedas para alavancar outras startups; a jornalista Andrea Sorgenfrei contou como surgiu a Pinó, braço de inovação da Gazeta do Povo; o CEO da Agentes do Meio Ambiente, Marcelo Crivano, mostrou como tem mobilizado as pessoas a fazerem a limpeza de seus bairros em favor do meio ambiente.
“Este Paiol Digital foi a saideira deste ano e tivemos conexões poderosas. Foi o primeiro evento do Vale do Pinhão depois que Curitiba foi nomeada a cidade mais inteligente e conectada do Brasil. Esse é um título de todos. Uma cidade não pode ser inteligente se não trouxermos, todos juntos, cultura, inovação, sustentabilidade e resiliência”, destacou a presidente da Agência Curitiba de Desenvolvimento, Cris Alessi.
O encontro foi realizado na Capela Santa Maria, que sedia o evento enquanto o Teatro Paiol (a casa do Paiol Digital) passa por obras de revitalização. O Paiol Digital é uma das realizações do Vale do Pinhão, organizado pela Prefeitura e Agência Curitiba de Desenvolvimento, com apoio da Fundação Cultural de Curitiba (FCC).
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LP de garrafa pet
A noite foi aberta com um pocket show do “one man band” (“banda de um homem só”), Davi Henn, com seu blues do Mississipi tocado com instrumentos feitos por ele.
Henn também contou sua história de multiartista, que compõe e toca, simultaneamente até quatro instrumentos musicais, todos feitos por ele, com a utilização de materiais alternativos.
Durante o Paiol Digital, ele usou guitarra adaptada, pedais de efeito para guitarras, corneta, banjo feito com um cantil, percussão para os pés, um pandeiro fixado no calçado e contou como foi aprendendo novas formas de fazer música.
“Fiz até instrumento usando o fone de um telefone público, que chamava muito atenção do público. Gosto de reaproveitar as coisas. Sou um artista trabalhando com uma economia criativa em um formato muito único”, contou o músico.
Para o próximo ano, está lançando uma linha de pedais para guitarra estilizados em latas de atum e amplificadores em latas de tinta. Também criou um equipamento para imprimir LPs em materiais alternativos como garrafas pet. Em 2023, pretende produzir integralmente seu próprio LP, desde a composição das músicas até gravar os discos com a tecnologia que desenvolveu.
Centenária e inovadora
A noite também teve a apresentação da jornalista Andrea Sorgenfrei, que compartilhou sua experiência à frente da Pinó, projeto spin-off do jornal Gazeta do Povo.
“Nosso desafio foi descobrir como implantar inovação em uma empresa com mais de cem anos. Decidimos que seríamos ainda mais relevantes falando com nichos que já cobríamos, mergulhar nessas áreas, sentir suas dores e trazer soluções”, contou Sorgenfrei.
Para tanto, a empresa investiu no crescimento de produtos digitais já consolidados como Bom Gourmet (gastronomia) e a Haus (arquitetura e desing) e vem se expandindo no desenvolvimento de produtos que possam ser ferramentas para outras empresas. “Temos muita coisa acontecendo para 2023 e espero, em breve, poder anunciar as novidades”, disse Andrea.
Investimento descentralizado
Já nascida como startup, a uShark decidiu ser uma investidora em outras startups com um princípio já conhecido, o crowdfunding. A inovação, contou o fundador Geraldo Marques, foi em utilizar a criptomoeda para atrair pessoas do mundo todo interessadas em investir de forma descentralizada nesses projetos.
“A inovação está na mudança de hábitos. Baixamos o ticket médio para que mais pessoas possam aprender a investir com uma moeda sem fronteiras em startups”, contou Marques.
Em dez meses de existência a uShark já atraiu 18 mil investidores, de 59 países, com valores que permite o primeiro investimento em 50 startups.
Vizinhança engajada
Fechando a noite, o CEO da Agentes do Meio Ambiente (AMA), Marcelo Crivano, contou como a startup mobiliza moradores das cidades a fazer a limpeza de seus bairros, em um modelo que prevê remuneração aos participantes e o uso da tecnologia das redes sociais para criar influenciadores locais em microrregiões urbanas.
“O sistema de limpeza das ruas é o mesmo há décadas e decidimos propor uma forma diferente, envolvendo a comunidade. Os que se cadastram, realizam atividades em uma gincana ambiental pela cidade, uma espécie de Pokemon Go e são remuneradas”, explicou Crivano.
O CEO Também contou que, para o próximo ano, deve implantar em Curitiba a proposta Smart Neighborhooods, que pretende zerar a emissão de CO2 na cidade. O projeto foi um dos vencedores do Desafio Climate Smart Cities Challenge em 2022 e deve servir de modelo para várias outras cidades do mundo.